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FENDA INERTE
No labirinto profundo
Em que dorme a minha sombra
Nem Jung ou Freud o saberia
As nuances letais da agonia
Da verve poética que do meu ser exala
Somente a orquestra sinfônica da fala
Contrapõe-se ao que me cala
Que é fria lápide
Tal fenda inerte
Preciso mais que flores vermelhas
Jogadas no esquife
Para embelezar
Cada pensamento meu
Que bebe das leis do
ostracismo
Mas que é majestoso e suspenso
Nos portões a que nos iguala
Na frialdade deste chão,
Mas resplandecente é sempre – o berço
Que nos acolhe a vala!
Erilva Leite