segunda-feira, 20 de abril de 2015







Hoje eu tive um sonho, não sei se movido pela febre ou pela sensação de medo por estar sozinha, senti a companhia de algo ou alguém ao meu lado como se canalizasse minha febre, senti-me como se fosse uma folha verde banhada de orvalho em uma manhã ainda sem sol, percebi de uma forma bela e plena que nós nunca estaremos sozinhos, que ao passo que se esperam a visita de anjos ou seres especiais, celestiais, divinos - temos sempre um vizinho, um amigo próximo nos trazendo um pouco da suavidade que perdemos no calor do meio-dia de tantas dúvidas e inquietações. Vendo assim, a vida e todos que nos cercam fica fácil perceber que em nenhuma vez somos gigantes o bastante para suportarmos os nossos fardos sozinhos, mas que haverá sempre alguém ou algo que vai suavizar os sentidos; a música, a poesia, a arte em geral. Remédios que podem ser tomados sem contraindicação. Fico a imaginar a dor das pessoas que não se abraçam porque o abraço cura a solidão, cura a falta de amor, nos da um sentido,  um norte, uma asa que cruza e desata os nós da insatisfação, da indiferença...


E por um instante tive a certeza de um amor genuíno, “algo que cresce”, sem medo, inclusive de perder, porque não se perde um amor, no mínimo ele se torna outra coisa que não fomos capazes ainda de entendê-lo... e ainda que não seja compreendido, ele existe e é o bastante... Como as flores que nascem no recôndito
das pedras e lá sobrevivem, “não esperam nada” eu espero somente a certeza de ser real - espero a chuva, o sol, o vento... Aprendi sorrir com a genialidade dos que nasceram pra isso, é um dom fazer rir, não amaria ninguém que não me fizesse dar boas gargalhadas ou tivesse a simplicidade de me encantar com as frases perfeitas e poéticas. Nunca podemos esquecer de olhar as flores e regar o jardim, olhar o por do sol e a lua e saber que nessa imensidão que é viver nunca estamos sós e que ainda que sejamos “meio loucos ou estranhos”, somos únicos... “bebendo de fontes várias”, fazendo o que seja, somos elos de uma corrente que não aperta, mas que possa agregar a diferença, pois há  riqueza esta na diversidade. E em um mundo particular ou não, também somos universos quando não cabemos dentro de si, precisamos transbordar. Isso é ser infinito, enxergar o grão de areia, a gota d’água, a florzinha mais singela, o pássaro que pousa... E estas coisas não podem ser vistas na pressa, mas na contemplação!! Contemplemos a vida, não exista, viva!! Não importa a idade que tenha, a vida sempre nos espera, há sempre uma curva, uma ponte, a margem do rio, a mão estendida, um sorriso - e sendo verdadeiro, serve-nos como prece, ainda que não saibas ou nem queiras rezar. É paz, e a paz é pra todo mundo! E todos ganhamos com ela!! 

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